Data de Publicação: 27-05-2009
O Sintepp promoveu hoje de manhã (27), um ato em frente à Seduc para forçar uma nova rodada de negociação com o Governo do Estado. Participaram do ato 1.200 trabalhadores e trabalhadores rede pública estadual de ensino, que realizaram o sepultamento simbólico da educação com a queima de um caixão, mostrando que a categoria está frustrada com a postura do governo. Em assembléia, os servidores mantiveram também a greve por tempo indeterminado.
Uma comissão foi recebida em audiência pela secretária estadual de educação, Iracy Gallo, a secretária adjunta de ensino, Socorro Brasil, o subchefe da Casa Civil, Jorge Panzera, e a deputada estadual Regina Barata (PT), reunião esta que terminou no início da tarde. Na ocasião, o Sintepp apresentou novamente as reivindicações da categoria protocoladas na Seduc desde fevereiro deste ano, que são 30% de reajuste salarial, R$ 300,00 de auxílio-alimentação, mais o reajuste do abono Fundeb para o magistério no valor de R$ 200,00 e de R$ 140,00 para o nível médio.
Conceição Holanda, coordenadora geral do Sintepp, explica que o objetivo do ato foi de ver se o Governo do Estado teria alguma oferta concreta para apresentar aos servidores. “Infelizmente, o governo vem insistindo em querer nivelar o vencimento base de todos os níveis com o valor do salário mínimo, ou seja, os servidores ganhariam apenas R$ 465,00. E na tarde de ontem, tivemos uma reunião na Seduc só para discutir o reajuste do abono Fundeb, pois sabemos que isto tem condições de ser garantido. Mas há uma falta de vontade por parte da governadora Ana Júlia Carepa de negociar e apresentar boas propostas para que possamos acabar com a greve”, assegurou.
A justificativa do governo de que não haveria recursos para o reajuste do abono do Fundeb, causou estranheza, inclusive, à deputada estadual Regina Barata que intermediou a negociação. O Estado continua se negando a apresentar a prestação de contas do fundo e diz que 77% dos recursos vindo do Governo Federal estariam comprometidos com a folha de pagamento. “Mas os municípios também recebem este recurso e, em alguns, a utilização desse dinheiro para pagamento dos servidores chega a 90% do total. Na verdade, falta sensibilidade ao Governo do Pará em alocar recursos para a educação”, garante Conceição Holanda.
Durante a audiência, ficou acertada ainda a retomada da mesa permanente de negociação para tratar, entre outros assuntos, do PCCR, debate este interrompido pelo próprio governo ao desmarcar a segunda etapa do seminário referente ao plano. Com relação ao reajuste do auxílio-alimentação, foi proposto à comissão de servidores que o mesmo ocorra somente em setembro, seguindo os patamares da inflação do mês, o que representaria aproximadamente só 0,31% de reajuste.
Também, foi acordado o não desconto dos dias parados, desde que haja a reposição das aulas. No entanto, os servidores já haviam decidido repor as aulas, pois este é um compromisso assumido há muito pela categoria.
Descaso
Conceição Holanda ressalta que a postura arrogante do governo, que não avança nas suas propostas, faz com que a sociedade paraense tenha conhecimento do descaso com a educação no Pará. “Sabemos muito bem desta manobra, pois a mesma estratégia foi adotada pelo governo tucano de Almir Gabriel, que deixou de reajustar nossos salários por vários anos até que chegasse no valor mínimo. Agora é a vez de Ana Júlia Carepa, que ficou conhecida como ‘madrasta da educação’ na greve do ano passado, quando mandou o filho do coronel Pantoja, que assassinou 21 trabalhadores sem terra em Eldorado do Carajás, espancar de forma covarde os servidores que se encontravam na frente do Palácio dos Despachos, no dia 09 de maio de 2008”, afirma.
Na próxima sexta-feira, dia 29 de maio, a categoria realizará uma nova assembléia estadual, onde serão discutidas as próximas ações e o calendário de atividades da greve. A paralisação na rede pública estadual de educação foi deflagrada desde o último dia 06 de maio e já atinge 60 municípios paraenses.
ASSEMBLÉIA GERAL DOS SERVIDORES EM EDUCAÇÃO DO ESTADO
29/05/09 (sexta-feira) - às 09 horas, em frente à Escola Estadual Paes de Carvalho, na Praça da Bandeira.
Fonte: www.sintepp.org.br
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