Sou professor, e tivemos hoje mais um dia de greve. Greve geral, com um número cada vez maior de escolas aderindo.
Para aqueles que não são do meio, é quase imediato o repúdio às atividades grevistas. E como pude perceber hoje, fazendo parte do ato público que realizamos por algumas ruas de Belém, a população externa sua revolta com o primeiro pensamento que lhes vêm à cabeça. Somos chamados de vagabundos, para baixo. É quase instintivo.
Sem entrar no mérito sobre a hora ou não de fazer greve, ou sobre as razões pelas quais a greve foi deflagrada, acho interessante poder compartilhar com os colegas o meu ponto de vista. Se você é um universitário, talvez você queira acampar numa reitoria um dia. Se você é professor, são grandes as chances de participar de uma assembléia. Então vai aí a dica...
Aderir de forma ativa a um movimento, seja ele qual for, é questão pessoal. Engajar-se, dar a cara à tapa, faz parte. Agora, ser mais um, estar alheio ao que está acontecendo, acho muita irresponsabilidade. Todos deveriam, pelo menos, estar a par da situação que os cercam, que lhes dizem respeito, para que possam tirar alguma conclusão.
É nesse grupinho de irresponsáveis que coloco os colegas reclamões, bando de desinformados. Os colegas que me desculpem, mas a greve era prevista (hmmm a tal omissão do sindicato, diriam alguns). Há colegas que andam dizendo por aí em reuniões de pais para esclarecimento sobre a greve que ganhamos muito bem para fazer uma greve, como foi o caso da reunião de ontem na Escola Agostinho Monteiro na Cidade Nova, em Ananindeua.
Devido à falta de esclarecimento, é fácil sermos induzidos ao erro. E a culpa não é do servidor, ou do aluno "grevista". Estamos sujeitos à crença popular, às lendas urbanas. Um diz-que-me-diz no rádio, fulano partidário disso, sindicatos disseram aquilo, e em três tempos, o sim vira não. O ímpeto, o furor, a revolta contra não-sei-o-que, que veio de não-sei-onde, e o capeta está instalado. O servidor na merda, com menos de um salário mínimo, 3 filhos e 3 anos sem aumento tem que ir... à merda?!
É por essas e outras que, em momentos de tensão como esse, devemos manter a calma. Se estamos sendo prejudicados, ou se estamos prejudicando alguém, que os riscos e conseqüências sejam bem calculados. E mais importante ainda, busquemos as informações pertinentes.
Edivaldo Andrade
terça-feira, 12 de maio de 2009
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