![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBwFpBtGTVAuO-VPr_v5Le72-x6Sf3EgZ3sssiNloS119_E5IVEQYfeXStZ3hyphenhyphen5n8ZIxANe85Dve0NpC_UNlLdZR2QlLPMo9IlTlPCxGAV2BYAd5EjYG7imJO8e6GCuMAx3Pxyw12FsUpE/s320/quem+se+importa+com+os+professores.gif)
Nós do Comando compreendemos e nos solidarizamos com a situação da escola, que por conta desta situação decidiu manter as aulas. Porém, afirmamos que a greve foi decidida em uma assembléia realizada na quarta-feira da semana passada e que a nossa decisão é coletiva e não individualizada por escolas, o que acaba enfraquecendo e fragmentando o movimento. Amanhã ocorrerá uma nova assembléia, na Rua Perebebuí, entre a UEPA da Almirante Barroso e o Bosque Rodrigues Alves e é importante que os colegas dessa escola participem da Assembléia, até para expor a situação da mesma.
Greve, nós sabemos, é sempre assim: alguém sai prejudicado. No caso da Escola Celina Del Tetto, os alunos e os seus responsáveis devem ser chamados para que a categoria possa esclarecer os motivos de nossa greve e os colegas daquela unidade de ensino devem tomar uma atitude de fortalecer o movimento entrando na greve.
A greve é o último mecanismo de pressão que é utilizado. Nós acreditamos que as reivindicações da Escola Celina Del Tetto não deveriam ficar restritas aos muros da escola, como parece que está acontecendo. Achamos mesmo que as reivindicações particulares desta escola deveriam ocorrer junto com a greve.
E aí, neste caso, seria importante estar realizando atividades paralelas, como debates periódicos com as famílias dos alunos, com a sociedade em geral, seja promovendo atos públicos para chamar a atenção. Tudo isso é importante, também e ajuda a fortalecer a greve e os laços com a comunidade.
Achamos que o caminho para os trabalhadores em educação da Escola Celina Del Tetto além de entrar na greve, seria a ridicularização cotidiana das mulheres e homens públicos e órgãos governamentais (por mais absurdo que iso possa parecer), porque também poderia vir a criar, aos poucos, uma mentalidade mais cidadã nos alunos e nos pais de alunos, no intuito de despertar nas pessoas uma perspectiva de sociedade mais proativa para os direitos a que todos, em tese, têm.
Dessa forma, cremos que dificilmente se criaria aquele mal-estar entre professores e pais de alunos, que muitas vezes se relacionam como inimigos. Essa visão é fortalecida pela forma como os próprios veículos de comunicação lidam com o assunto: sempre de forma superficial, e muitas vezes criando o estereotipado professor-mercenário X pais indignados.
Essa lógica não é nada boa, porque, no final das contas, estamos todos no mesmo barco, e essa fragmentação social tem apenas um objetivo: facilitar o manejo dos governos.
É essa lógica que deve ser rompida, caso queiramos conseguir alguma mudança substancial na nossa sociedade.
Professores e pais de alunos não são inimigos. Deveriam se unir, porque, como nós dissemos, todos estão no mesmo barco - que, infelizmente, está afundando; não apenas por causa dos buracos, mas, principalmente, porque ninguém se entende nessa tripulação, enquanto os comandantes sorriem gordos na proa do barco.
Temos que esclarecer a comunidade que a reivindicação da greve não visa só o aumento salarial - pois na verdade os problemas na Educação são de ordens muito mais profundas.
Não queremos dizer que reivindicar melhores salários não seja justo. Só é! Mas, se de hoje para amanhã os salários dos professores forem triplicados, o problema da Educação não estará automaticamente resolvido. Isso é sintomático de que o problema é bem mais grave.
Mas, como todos sabemos, é sempre assim: faz-se a greve; professores se indispõem com os alunos e seus pais, e com o restante da sociedade; a imprensa trata logo de apenas “noticiar”, sem fazer uma análise mínima que seja; pede-se X de aumento salarial, o governo não concede o exigido e tudo volta à "normalidade".
E, “normal”, nesse caso, é: escolas caindo aos pedaços, alunos desmotivados, professores desmotivados, pais desacreditados - muitas vezes só mantendo os filhos na escola por causa das Bolsas -, o Pará com um dos piores índices da Educação Básica do País; os governos tapeando todo mundo, a grande imprensa posando de responsável e guardiã da voz do povo (que, dizem, é a voz de Deus).
Assim, o ano letivo prossegue, e a falência da Educação Pública continua seu rumo lamentável…
Esse estado de conflito social só favorece aos governos pouco comprometidos - e, são pouquíssimos os que são realmente comprometidos.
Essa lógica social precisa ser transformada.
Talvez seja o momento de refletirmos sobre o nosso papel como educadores, da necessidade de aderir a greve, que deve ser acompanhada de eventos e ações mais efetivas e cotidianas.
As nossas reivindicações devem se transformar em atos periódicos, que aglutinem toda a sociedade, porque, no fundo, quem se prejudica com a situação de descaso com a Educação não são apenas os alunos, nem os professores (que deverão repor as aulas), mas toda a sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário